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bolor 9

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Laboratório de sonificções do coletivo LSD ou um encontro estratégico de pessoas envolvidas pelo desejo de intervenção musical coletiva, num ataque sensorial que mixa eletrônica experimental, rock, collage, poesia sonora e action sound.

Banda tocou e gravou entre de 2000 a 2004. Entrei em 2001 na banda, era praticamente uma criança ainda nessa época.

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Disco de 2001, com um desenho meu de capa.

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Su Suhara

Marcus Salgado

Tassia Mila

Ricardo Lira

Márcia Kiomi

 

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Disco gravado no Estúdio Quadrophenia na cidade de São Paulo.

A LSDiscos não é um selo, embora o ácido lisérgico seja usualmente distribuído sob essa apresentação. Na real, é um coletivo/laboratório de sonificções (escrita por sons) que envolve pessoas movidas pelo desejo de intervenção musical coletiva, de atacar sensorialmente os desprevenidos e os prevenidos. Por trás do nome "LSD", vc vai encontrar projetos díspares entre si, cada qual com um direcionamento estético distinto, mas unidos pela vontade de experimentar.

Começou com "Os Jerssons" e "Bolor9", depois incorporou projetos paralelos de membros das duas bandas ("HDJ" e "Pós-Ravers") e de pessoas próximas que se interessaram pela ´trip´ e resolveram lançar álbuns ou se apresentar ao vivo junto - é o caso do "Xepah", do "Camões Let´s Go", do "Winchester", do "DJVu"  e até mesmo do "Cine Victoria" (que, aqui em São Paulo, lançou Nãomeuamor em co-edição com a LSDiscos).

A proliferação de projetos e heterónimos é quase esquizofrênica entre nós, sendo extremamente incentivada. Uma característica dos nossos disquinhos é a total ausência de informações sobre integrantes, equipamentos etc. Alguns discos sequer trazem impresso o nome do projeto ou mesmo o selo "LSD".

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Nós fazemos questão de manter a infra num nível lo-tek, por inúmeras razões: não acreditamos em messianismo tecnológico, a grana é curta e os desafios que os equipamentos mais lo-tek propõem são bem excitantes. Fazer som com tecnologias ultrapassadas ou descartadas é uma coisa que também nos fascina. Os rituais que envolvem as gravações são mais importantes para os resultados finais do que a metodologia. Nós nos encontramos aqui em casa (no centro velho de São Paulo), trocamos muitas idéias sobre discos, livros e pessoas que andam fazendo a cabeça. 

Alguns escrevem com palavras; outros com sons - o que é o nosso caso. "Experimentar o experimental" é sempre a nossa bússola. Já experimentamos tanto, mas tanto, que é possível afirmar que fazemos "Música Experimentada". Outra coisa importante para nós é a improvisação. Praticamente tudo que gravamos é improvisado - ou seja: composto, tocado e gravado ao mesmo tempo, o equivalente, em música, ao que os surrealistas chamavam de ´escrita automática´. É uma arma para manter a espontaneidade e, acima de tudo, a relação de prazer com a música. Sem falar que é um puta desafio fazer música improvisacional. E improvisar em música eletrônica é algo particularmente  complexo, e, obviamente, sedutor. Improvisar sempre foi uma piração para nós; dominar a linguagem da improvisação sempre nos pareceu a fonte para a liberação das energias mais intensas e inconscientes com que a música pode lidar. Nem o som que sai desse laboratório nem os efeitos que ele causa são premeditados, o que faz com que a reação do ouvinte seja sempre uma surpresa: para ele e para nós.

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por Marcus Salgado

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